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Implante cirúrgico de próteses auditivas modernas trata os diferentes níveis de surdez

19 de novembro de 2020

Muita gente não se dá conta, mas poder escutar os sons que nos cercam é um estímulo essencial ao desenvolvimento da fala e à integração social plena ao longo da vida. Por isso, a perda auditiva geralmente implica no enfrentamento de diversas dificuldades no dia a dia, com impactos importantes na qualidade de vida de crianças, adultos e idosos. Hoje, mais de 10 milhões de brasileiros convivem com algum grau de deficiência para ouvir, sobretudo os homens. Em 90% dos casos, o problema foi surgindo com o tempo. Felizmente, os avanços da medicina já permitem tratar o problema com métodos altamente efetivos e menos invasivos, a exemplo da cirurgia de implante coclear, como informa a especialista do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Português (HP), Dra. Loren Britto.

“Com a grande evolução tecnológica, os portadores de deficiência auditiva encontram atualmente uma diversidade de produtos para tratar os diferentes níveis de deficiência auditiva, como as próteses auditivas implantáveis cirurgicamente. Os procedimentos estão cada vez mais simples, viabilizando a recuperação mais rápida do paciente”, destaca a otorrinolaringologista, lembrando que o diagnóstico precoce potencializa o sucesso do tratamento e o consequente resgate da autoestima do paciente.

A escolha da técnica empregada varia de acordo com a causa e o grau de perda auditiva do paciente. Um dos recursos terapêuticos mais atuais e eficazes na restauração da audição, de acordo com a otorrinolaringologista, é o implante cirúrgico de próteses com técnica minimamente invasiva. Esse método consegue tratar os diferentes graus de perda auditiva (leve, média, severa, profunda ou a surdez completa), decorrente de fatores diversos. “A cirurgia para implante coclear é ainda o método moderno mais eficaz de restauração da audição”, destaca a especialista.

Técnicas disponíveis           

Entre as alternativas às próteses auditivas convencionais (auriculares) estão as próteses implantáveis por condução óssea (BAHA, Ponto, Bone Bridge). Neste procedimento, o osso atrás da orelha recebe um implante de titânio, que é conectado a um processador externo removível, assim como um aparelho auditivo convencional – só que em vez de ficar dentro do canal do ouvido, o processador externo fica na região temporal, atrás da orelha, podendo ser ativado após 30 dias da cirurgia. “Essa técnica é indicada para casos de perda auditiva condutiva, mista ou unilateral severa, em que o paciente não se adapta bem aos aparelhos auditivos convencionais, devido a malformações congênitas (como microtia) ou otites externas por uso de aparelhos auditivos”, explica a médica.

Outra opção é a prótese auditiva implantável de orelha média (vibrant soundbridge). Nesta técnica, uma bobina de titânio ancorada à cadeia ossicular (dentro do ouvido) conecta uma unidade interna receptora/decodificadora a uma unidade externa (processador de fala, microfones, baterias). Dra. Loren informa que o método tem beneficiado pacientes com perda auditiva mista, condutiva ou sensorineural, que não se adaptam ou não podem usar aparelho auditivo convencional.

Além disso, os implantes cocleares têm ajudado a restaurar a audição de pessoas com perda auditiva severa ou profunda, como aquelas que nascem surdas, e ainda os idosos que perderam praticamente toda a audição e não se adaptam mais ao aparelho auditivo. “Nestes casos um eletrodo é introduzido cirurgicamente na cóclea (orelha interna), sendo conectado a uma unidade interna (receptor/decodificador) que se ligará a uma unidade externa (microfone/processador do som) para restaurar a capacidade auditiva”, finaliza a especialista.