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Novembro Azul: Campanha alerta para as necessidades de prevenção e rastreamento precoce do câncer de próstata

19 de novembro de 2020

Evitar o surgimento de novos casos de câncer de próstata e estimular diagnósticos cada vez mais precoces são os objetivos principais da campanha mundial Novembro Azul. A informação, ferramenta amplamente utilizada pela iniciativa, busca vencer o preconceito que ainda distancia boa parte da população masculina adulta da rotina de cuidados com a saúde. Para o membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e médico líder do Centro de Urologia do Hospital Português (HP), Dr. Maurício Fucs, o descuido com a saúde é outra barreira essencial a ser vencida. “O termo prevenção vem sendo apreendido de forma inadequada pelos homens. O que nós urologistas realizamos é o rastreamento para diagnosticar o tumor de próstata precocemente; fase em que podemos atuar com alta probabilidade de cura. Prevenir a doença requer acompanhamento médico regular ligado a hábitos saudáveis no dia a dia”, esclarece o urologista.

Prevenção X Casos novos

Além seguir um estilo de vida saudável (abrangendo alimentação equilibrada e prática regular de atividade física), prevenir a neoplasia demanda o abandono de comportamentos notoriamente prejudiciais. Para os próximos anos, o Instituto Nacional do Câncer – INCA estima que mais de 68 mil brasileiros desenvolvam câncer de próstata, anualmente. A doença permanece como segundo tipo de neoplasia maligna mais frequente nos homens, atrás apenas dos tumores de pele. A maioria dos casos ocorre após os 50 anos de idade – fase considerada ideal para procurar o urologista, anualmente, salvo em casos específicos em que o médico pode diminuir essa frequência. “A exceção são os homens mais jovens, que possuem casos da patologia em parentes (principalmente pai e irmãos) e devem ir ao urologista por volta dos 45 anos de idade”, orienta Dr. Fucs.

Exames de rastreamento

O rastreamento do câncer de próstata, de acordo com o especialista, consiste em uma boa conversa entre médico e paciente para investigação da história clínica (anamnese) associada ao exame de toque retal e à dosagem sérica do PSA. “A elevação do PSA não significa necessariamente que o paciente tem a doença, assim como, um resultado normal não exclui a possibilidade do diagnóstico. Daí a importância de realizar o toque retal como avaliação complementar ao exame de sangue, aumentando muito a acurácia diagnóstica”, defende. Em relação à ultrassonografia da glândula, o urologista avisa que o exame não faz parte do screening, tendo pouca importância para o diagnóstico. Já a ressonância nuclear magnética multiparamétrica (RNM) tem indicação frequente em casos de dúvida, reunindo informações que podem excluir ou ratificar a necessidade da biópsia de próstata (exame definitivo na confirmação do diagnóstico de câncer).

Tratamentos possíveis

Nos casos de diagnóstico precoce, ou seja, na fase inicial da enfermidade, Dr. Fucs aponta a cirurgia e radioterapia como métodos terapêuticos mais indicados. “Escolher por um método ou outro é uma decisão conjunta do médico e do paciente, considerando sempre fatores como idade, estágio da doença, problemas associados e efeitos secundários”, observa o especialista. Além da cirurgia convencional (aberta) e da cirurgia laparoscópica (minimamente invasiva), o arsenal terapêutico passou a dispor mais recentemente da cirurgia robótica, que vem se firmando também como opção para o câncer de próstata. “Como qualquer método de tratamento inovador, o custo é mais elevado, requerendo tempo para ser incorporado pelos planos e pela rede pública de saúde”, finaliza o urologista.