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50 anos a serviço da medicina

17 de dezembro de 2020

Entrevista com o Dr. Vicente de Araújo, superintendente médico do HP

“A característica principal de um hospital é a qualidade na assistência ao paciente. Chamo de qualidade o maior nível de satisfação na prestação e na obtenção dos serviços médico-hospitalares”. A afirmação em destaque dá uma medida do pensamento do Dr. Vicente de Araújo, superintendente médico do Hospital Português (HP), que acaba de completar 50 anos ininterruptos de exercício da medicina. O Conselho Regional de Medicina da Bahia (CREMEB) prestou homenagem ao médico com a outorga do diploma de mérito ético profissional emitido em data simbólica, 18 de outubro de 2020, dia do médico. Nesta entrevista, o gestor resgata parte da sua trajetória e revela a visão experiente sobre gestão em saúde. Confira!

  1. Qual é o sentimento de completar cinco décadas de exercício ético da medicina?

É uma satisfação muito grande poder estar a serviço do bem-estar das pessoas, durante tanto tempo. Seja no atendimento do paciente, seja no contato com os colegas de profissão, o relacionamento fundamentado na confiança é fundamental. Mas, a confiança só nasce onde há espaço para a ética. Esse aprendizado obtido ainda na minha infância permanece sempre comigo.

  1. A que o senhor atribui a conquista de uma carreira longa e bem-sucedida?

Eu formei na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia em 15 de dezembro de 1970. No mesmo dia da solenidade de formatura aconteceu a minha cerimônia de casamento com a médica e colega de turma, Lídia Ramos de Araújo, tendo os colegas como testemunhas. Nós cursamos a faculdade juntos, fizemos a residência médica em seguida e a nossa parceria permanece. Ter o apoio de Lídia em todos os momentos foi fundamental para que eu pudesse seguir estudando, aprimorando conhecimentos, inclusive fora do Brasil. Minha esposa tem grande participação nesse resultado, tanto quanto na formação dos nossos filhos.

  1. O senhor já ocupou diferentes posições de liderança na saúde. Como o senhor avalia essa relação com a área da gestão?

Percebo que a prática em diferentes campos da saúde traz um olhar amplo ao gestor médico. O meu histórico profissional no exercício da clínica militar (Marinha do Brasil) e civil como médico e tocoginecologista e, agora, no exercício da gestão hospitalar, da perícia médica e medicina legal (inclusive ocupando a cadeira número 6 da Academia Nacional de Medicina Legal), constitui o meu conteúdo de gestor. Do mesmo modo, é muito relevante ter presidido algumas entidades e associações da saúde, atuado na saúde pública, na docência e pesquisa médica, bem como, ter trabalhado em diferentes funções no Hospital Português, inclusive como o primeiro presidente do Comitê de Ética e Pesquisa Médica (CEPEM) HP. Todas essas vivências proporcionaram conhecimentos que agregam, inevitavelmente, ao meu desempenho como gestor.

  1. Como o senhor resumiria a sua longa trajetória no HP?

Praticamente a totalidade da minha vida profissional está vinculada ao Hospital Português, local onde atuei como especialista clínico e cirúrgico, médico assistente da Gerência Técnica, superintendente médico adjunto até chegar à Superintendência Médica pela segunda vez, em 2014. Participei da modernização de diversos processos evolutivos da Instituição, desde a conquista do selo de Acreditação Hospitalar Nível 1 e a implantação do prontuário eletrônico, até realizações mais recentes, como a efetivação do padrão de qualidade internacional Qmentum, a evolução do sistema Tasy e presidindo o Comitê de Gerenciamento à Covid-19 e o Comitê de Compliance do HP. O destaque e a avaliação dos presidentes do Hospital, Agnelo Martins Gomes, Antonio Higino Teixeira Saraiva e Orlando Manuel Cunha da Silva, juntamente com os seus respectivos diretores, são de alta relevância no desempenho sustentado na confiança indispensável ao cargo. Também, o fato de ter sido médico dos associados e obtido constante apoio do assessor técnico da Diretoria, Dr. Paulo Magalhães Bittencourt, concretizam a minha jornada. Hoje, como superintendente médico, busco servir aos colegas e demais profissionais da saúde para impulsionar novas realizações. Gosto de estar a serviço do corpo clínico da Instituição por conhecer bem as dificuldades de exercício da medicina. Por isso, a minha liderança é baseada em parceria, acolhimento e respeito aos colegas. Acolhimento e confiança são as principais bases dessa relação, que tem como objetivo maior o paciente.