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Refeições saudáveis colaboram com a saúde e o estado emocional

14 de janeiro de 2021

Que as emoções interferem na escolha (e quantidade) do que comemos muita gente já sabe. Mas nem todos se dão conta de que o inverso também é verdadeiro – os alimentos têm o poder de influenciar o nosso ânimo. Segundo estudos, uma das razões que conectam o ato de comer aos sentimentos é o desencadeamento de diversas reações químicas durante a digestão. “Esse é o momento em que as substâncias presentes na comida são absorvidas pelo organismo. Tanto o excesso como a carência de certos componentes, produzem repercussões físicas e mentais”, explica a chefe de Nutrição do Hospital Português, Gildete Fernandes.

A diversidade e o equilíbrio no fornecimento de macro e micronutrientes (como carboidratos, proteínas, gorduras minerais, fibras, vitaminas e água) atuam no bom funcionamento físico e também na elevação do ânimo. Isto porque os nutrientes carregam propriedades que também agem na maior liberação de substâncias produzidas pelo próprio corpo (os hormônios neurotransmissores), que de acordo com a nutricionista são conhecidos por beneficiar as emoções. “Os hormônios regulam diversas funções fisiológicas como o sono, a fome, os batimentos cardíacos, mas também, exercem influência na condição emocional”, ressalta Gildete. Nesse quesito se destacam os chamados hormônios da felicidade – serotonina, endorfina, dopamina e ocitocina – que recebem essa denominação não à toa, já que geram sensação de bem-estar e recompensa.

A capacidade de ativar essas substâncias químicas originadas no cérebro, e que afetam o humor, é típica de certos alimentos – como os doces, chocolates e as massas, por exemplo. Outros tipos, como o café, têm características estimulantes e podem causar ansiedade e agitação. Há ainda aqueles com efeito contrário, como o chá de camomila, que causa sensação de relaxamento. Para Gildete, o segredo está na escolha e no consumo moderado das refeições. “Cada alimento possui composição distinta e provoca respostas orgânicas diferentes. Vitaminas e minerais são reguladores e atuam na distribuição corpórea de líquidos, otimizam o desempenho físico e o humor, estando presentes nas verduras e frutas da estação (como banana e abacate), no mel, no chocolate amargo, no ovo, nas carnes magras, nas oleaginosas (como nozes, amendoim e castanhas), entre outros”, orienta a nutricionista.

Outra recomendação é a escolha por alimentos funcionais ou nutracêuticos, que têm comprovada eficácia na melhoria da saúde do indivíduo e devem ser a preferência na montagem do cardápio diário. Já a ingestão regular de itens industrializados traz efeito oposto. “Esses produtos podem até causar a sensação momentânea de recompensa, mas implicam no surgimento de uma série de danos à saúde em longo prazo, como o desenvolvimento de doenças crônicas. O estado anímico também sofre com a instabilidade emocional, muitas vezes associada a quadros depressivos, de ansiedade, aumento de peso e fadiga”, adverte a nutricionista.

Um aspecto é inegável: os alimentos impregnam a vida de sabores que se ligam a diversas memórias afetivas. Tal aspecto muitas vezes predomina na decisão sobre o que comer e em quais proporções. O desenvolvimento dessa percepção é fundamental para sustentar a realização de escolhas alimentares mais conscientes no dia a dia, como observa Gildete. “A comida deve ser uma aliada da saúde. É possível usufruir de um cardápio saboroso alinhado ao desenvolvimento de melhores hábitos e à qualidade de vida”, finaliza a especialista.