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Qualidade de vida na insuficiência renal

19 de março de 2021

Bem-estar do paciente em tratamento é alvo principal das terapias disponíveis

Assim como em qualquer doença crônica, o diagnóstico de insuficiência renal demanda mudanças importantes no estilo vida. Para compensar a perda de atividade dos rins, por vezes é preciso ajustar a alimentação, fazer uso de medicamentos e sessões periódicas de Diálise – quando um equipamento especial desempenha funções essenciais do organismo, como filtrar o sangue e eliminar toxinas do corpo. Mesmo invasivo, o tratamento dialítico contínuo traz vantagens significativas de acordo com a coordenadora do Serviço de Nefrologia  do Hospital Português (HP), Dra. Maria Fernanda Coelho Alves. “As terapias renais substitutivas melhoram bastante a qualidade de vida dos pacientes, pois reequilibram o funcionamento orgânico, elevam a sobrevida e, especialmente, proporcionam bem-estar no decorrer da prestação do cuidado”, destaca a médica.

Uma das consequências diretas dessa reabilitação funcional é a reinserção do portador de insuficiência renal na vida cotidiana. Enquanto seguem em tratamento, muitos continuam trabalhando, estudando e desenvolvendo suas atividades de rotina. A importância dessa participação efetiva na sociedade, tendo o apoio médico-hospitalar, da família e de amigos, sobretudo em momentos críticos como a atual pandemia, é destacada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) na campanha do Dia Mundial do Rim, “Vivendo bem com a doença renal. “Ao ser bem acolhido dentro e fora do Hospital, o paciente adere melhor ao plano terapêutico, amplia o conforto e otimiza a resposta clínica”, observa o médico do Serviço de Hemodiálise do HP, Dr. Luis Filipe Rebelo.

Modalidades terapêuticas                                                                

Dentre as intervenções disponíveis, o transplante renal é reconhecidamente o método com maior potencial de benefícios em longo prazo. Ainda assim, a Hemodiálise e a Diálise Peritoneal cumprem o papel de resgatar a qualidade de vida durante a espera pelo procedimento ou quando não há indicação cirúrgica. Dr. Luis Filipe destaca que a escolha por um método ou outro é uma decisão criteriosa, que envolve médico, paciente e sua família. “O plano terapêutico é sempre individualizado, considerando o quadro clínico. O método escolhido é o que cumpre melhor o objetivo de favorecer a saúde integral através da assistência”, informa o especialista.

No HP, o paciente dispõe de tratamento renal completo (Hemodiálise, Diálise Peritoneal e Transplante) somado ao acolhimento humano e individualizado. “Alguns pacientes se adaptam bem às sessões semanais de Hemodiálise, realizadas no Serviço de Nefrologia. Outros têm mais dificuldade por ausência de acesso vascular no braço, idade avançada ou comorbidades, como diabetes. Nesses casos específicos, a Diálise Peritoneal é mais indicada para promover a sobrevida com qualidade”, explica o nefrologista.

Por ser um procedimento feito em casa, a Diálise Peritoneal é mais prática e cômoda. Por outro lado, demanda treinamento com enfermeira especializada e implante cirúrgico de um cateter (no abdômen) por onde passa a solução específica de limpeza do sangue. Atualmente, dois pacientes são assistidos pelo Programa de Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (CAPD) do HP. O Programa contempla um total de cinco vagas nas modalidades manual e automatizada, feita com uma máquina fornecida pelo SUS ou convênio de saúde. “O CAPD muitas vezes retira o paciente de um contexto crítico e devolve a perspectiva de sobrevida com qualidade. Mas, em todas as modalidades terapêuticas é importante seguir corretamente as recomendações médicas buscando aumentar o nível de bem-estar”, finaliza o médico.