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Nutrição equilibrada como fator de proteção à saúde

12 de abril de 2021

Análises recentes sobre o comportamento alimentar dos brasileiros observaram uma tendência maior para o consumo de comidas saudáveis, desde 2020. A explicação dos pesquisadores para essa mudança de hábito está na longa permanência das pessoas no ambiente doméstico, em razão da pandemia – aspecto que reforçou o nível de atenção com a qualidade do que se come. Para a chefe do Serviço de Nutrição do Hospital Português (HP), Gildete Fernandes, o medo de adoecer tem mantido os indivíduos mais atentos aos meios de preservação da imunidade. “Muita gente começou a prática de exercícios físicos, mesmo em casa, ou desenvolveu melhores hábitos alimentares, priorizando o consumo equilibrado de refeições mais nutritivas. Ambas as mudanças são reconhecidos fatores de promoção do bem-estar”, frisa a nutricionista.

 

Nos campos da alimentação, nutrição e saúde, as evidências científicas demonstram a atuação muito benéfica dos alimentos naturais para a prevenção e controle de diversas enfermidades. Em contraponto, várias pesquisas também apontam o papel deletério de dietas pouco saudáveis, sendo esta uma das principais causas para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis na população, tais como: obesidade, diabetes, problemas cardiovasculares, câncer, entre outras. Esse grupo de afecções responde por quase 50% dos óbitos, no País, de acordo com o Ministério da Saúde (MS). Como medida de prevenção dessas patologias consideradas evitáveis em até 90% dos casos, o órgão recomenda a adição de frutas, verduras e legumes na rotina alimentar. A quantidade diária para o consumo, indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é de uma média de 400 gramas de itens variados.

 

A nutricionista explica que essa recomendação é embasada em análises clínicas, que reconhecem a origem multifatorial do processo de adoecimento e reforçam a necessidade de garantir uma alimentação variada ao organismo. “Cada alimento reúne propriedades e fitoquímicos com funções específicas. Essa característica é evidenciada pela coloração, que indica a presença determinados compostos nutricionais e, portanto, de benefícios específicos associados. Por isso, recomendamos consumir refeições balanceadas e coloridas, para assegurar ao organismo uma variedade de nutrientes essenciais ao seu pleno funcionamento”, informa Gildete.

 

Entre os compostos químicos naturais com ação benéfica comprovada estão: os carotenoides, que respondem pela pigmentação verde, amarela e vermelha dos alimentos e funcionam como antioxidantes; as antocianinas, que promovem a coloração roxa e previnem a degeneração celular; o betacaroteno, que dá a cor alaranjada e amarela, sendo um antioxidante natural e fortalecedor do sistema imunológico; e o licopeno, que confere a cor vermelha e tem grande poder antioxidante, estando relacionado à prevenção de doenças do coração e diversos tipos de câncer.

 

Gildete observa que em regiões tropicais como a brasileira, a facilidade de encontrar grande variedade de frutas, legumes, hortaliças e leguminosas contribui para sustentar as melhores escolhas na hora de comer. “A natureza nos dá opções de frutos em abundância para escolhermos de acordo com a nossa necessidade e gosto pessoal. Conforme a estação, essa oferta se torna ainda mais acessível. É preciso aprender que tirar proveito dos alimentos naturais é investir em saúde e envelhecimento com melhor qualidade de vida”, conclui a especialista.