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Cuidado de enfermagem na rotina assistencial

21 de maio de 2021

Representando o maior número de profissionais nas unidades de saúde e serviços especializados, no Brasil e no mundo, os enfermeiros e técnicos de enfermagem desempenham papel singular no acolhimento humano e cuidado personalizado do paciente. Dentro do time multidisciplinar, eles exercem a missão de facilitar os processos no dia a dia da assistência, colaboram com o aperfeiçoamento contínuo e a aplicação das melhores práticas de segurança na rotina de manejo do paciente, além de participarem ativamente de todas as etapas da atenção à saúde: prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Com a eclosão da pandemia de Covid-19, o desempenho da atividade ganhou relevo ainda mais nítido. Em meio aos inúmeros desafios assumidos e contribuições prestadas nos últimos meses, técnicos e enfermeiros do Hospital Português (HP) revelam os aprendizados, motivações e desafios na linha de frente do cuidado.

A enfermeira da Unidade de Gastro-Hepatologia (UGH), Natália Moraes de Aragão conta que a profissão entrou em sua vida, há oito anos, com muitas dúvidas, inseguranças e a crença de que iria apenas ajudar o paciente a melhorar de uma doença. Ledo engano.  Em contato com a atividade, prestando suporte aos pacientes críticos, logo percebeu que enfermagem é mais que cuidar. “Hoje, como profissional experiente, entendo que além do conhecimento, o amor, a empatia e dedicação aos pacientes e seus familiares fazem parte do cuidado; e que algumas vezes precisaremos abraçar novas atribuições para aprimorar a assistência. Nós cuidamos, ouvimos, acalentamos, sofremos, amparamos, tentamos ser firmes para transmitir segurança ao outro. Sou apaixonada pela minha profissão!”, declara a enfermeira.

Diante do cenário atual, em que a jornada de trabalho tem demandado mais empenho de todos, sobretudo, nos momentos delicados de perda de paciente, pessoas próximas ou colegas de trabalho, Natália afirma ter a certeza do quão importante e necessária é a sua profissão. “Somos essenciais na luta que o mundo enfrenta contra a Covid-19. Não se faz saúde sem a enfermagem! Parabenizo aos meus colegas enfermeiros e técnicos por todo empenho, dedicação e amor a nossa profissão”, ressalta a enfermeira da UGH. Colaboradora do Serviço de Hemodinâmica, a enfermeira Debora Helena Santiago acrescenta que embora o enfrentamento às adversidades seja parte do exercício da profissão, nada tem sido tão desafiador quanto a pandemia. “Estamos em desenvolvimento e evolução permanente. Afeto, respeito, empatia, compaixão, acolhimento, compreensão ao doente e seus  familiares estão sendo ressignificados, juntamente com o saber técnico, com o propósito de ofertar cuidado de excelência”, destaca a profissional.

A prática da enfermagem no Centro de Oncologia HP tem sido uma fase rica em aprendizados também na trajetória da enfermeira treinee, Acsa Costa Lima. Para a jovem profissional, as incertezas trazidas pelos dias de pandemia reafirmaram a importância de manter o atendimento aos pacientes e de acolher as suas diversas demandas clínicas. “O manejo do cuidado gentil e empático tem sido um recurso essencial nesse período para a prática clinica. Ouvir e acolher nunca foram tão imprescindíveis na rotina da enfermagem como agora, mesmo assegurando todas as medidas de afastamento e padrões de proteção”, observa a enfermeira. Ao mesmo tempo, a profissional percebe o sorriso dos pacientes, quase sempre com os olhos, e o sentimento de gratidão e afeto recebido após uma recuperação clínica, como motivações especiais para seguir comprometida com a prestação do cuidado humano e individualizado.

No contato com pacientes renais crônicos em tratamento de hemodiálise no Serviço de Nefrologia do HP, a técnica de enfermagem Iolanda Mota de Oliveira afirma que comprometimento, carinho, humanidade, responsabilidade e amor fazem parte da sua rotina, desde que iniciou na profissão, há 26 anos. A colaboradora diz que a sua vocação sempre foi cuidar de pessoas, mas, como todo mundo, sentiu medo do desconhecido no início da pandemia. “Meu pai tem 88 anos, tenho dois filhos, irmãos e irmãs, parentes e amigos. Como todos, precisei mudar hábitos para evitar os riscos de contágio. Aos poucos aprendi a conviver com a nova realidade, fortalecendo o desejo de trabalhar em prol do bem-estar do paciente. Sei que muitos dependem dessa atenção, por isso agradeço a Deus o dom de cuidar”, declara a técnica de enfermagem.

Reconhecer a urgência de seguir um modo de viver diferente, com a chegada do novo coronavírus, foi o que fez também a enfermeira da Unidade de Internação do 6º andar da Maternidade Santamaria, Fabiana Rodrigues Costa. Ela lembra que a adaptação dentro e fora do ambiente assistencial precisou acontecer de forma muito rápida frente aos acontecimentos. “Depois de mais de um ano nessa nova realidade, as mudanças necessárias no meu dia a dia profissional demandaram novos aprendizados e reinvenção da forma de convívio. Em 12 horas de plantão passei a sorrir também com os olhos por trás da máscara e assim manter a confiança dos pacientes”, revela Fabiana. A enfermeira avalia que o distanciamento essencial não prejudicou o cuidado; ao contrário, reforçou a segurança. “Nesse ‘mundo novo’ não basta proteger cada paciente de uma possível contaminação, preciso me proteger do risco, assim como, toda minha equipe”, destaca a enfermeira.

Com 17 anos de atuação no HP, 12 deles no Serviço de Emergência, a técnica de enfermagem Eliene Santos da Cruz compartilha o sentimento de que a pandemia tem oportunizado novos aprendizados aos profissionais da área, exigindo resiliência, sabedoria e controle do estresse emocional. “Tivemos que aprender a lidar diariamente com o sofrimento humano em todas as esferas. Ver pessoas do mesmo núcleo familiar internarem com a Covid-19, e separar essas pessoas me comoveu bastante, porque algumas melhoravam e outras não”, conta a profissional que, hoje, nutre a certeza de que é possível evoluir em meio às dificuldades. “Nesse período, construímos uma relação profissional mais estreita, nos tornamos mais fortes juntos e reconhecemos que em nossas mãos levamos também a cura”, finaliza a técnica de enfermagem.