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Exames essenciais do recém-nascido

26 de julho de 2021

Entrevista com Dra. Irene Ávila, médica neonatologista, chefe da UTI Neonatal da Maternidade Santamaria/HP

A alegria do nascimento de uma criança é acompanhada também do surgimento de uma série de responsabilidades e atitudes dirigidas ao seu pleno desenvolvimento. Os exames neonatais fazem parte desse processo e alguns deles devem ser realizados ainda na maternidade, antes mesmo da alta conjunta da mãe e do bebê. A médica neonatologista chefe da UTI Neonatal da Maternidade Santamaria/Hospital Português (HP), Dra. Irene Ávila, explica que esse cuidado logo nos primeiros dias de vida favorece o diagnóstico precoce e o tratamento de diversas doenças (metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas), evitando assim o comprometimento da saúde e do bem-estar infantil. Confira a entrevista!

  1. Quais avaliações são essenciais para o recém-nascido?

É importante ressaltar que a avaliação do bebê deve ser feita desde o pré-natal, com consultas regulares e exames de rotina que devem ser apresentados na sala de parto, como: sorologias seriadas, ultrassom morfológico fetal, ecocardiograma fetal e coleta da cultura vaginal e anal para estreptococo. Após o parto, observamos as condições de nascimento do bebê com a pontuação do teste de Apgar, que avalia a frequência cardíaca, os movimentos respiratórios, o tônus, a cor e a resposta do recém-nascido aos estímulos realizados. Esse exame físico detalhado permite a identificação de patologias não detectadas ainda no útero. Mas, existem outros testes de triagem neonatal que devem ser realizados em todos os bebês.

  1. Poderia exemplificar os principais testes dessa triagem neonatal?

Sim. A pesquisa do reflexo vermelho (teste do olhinho), a avaliação do freio lingual (teste da linguinha), o teste de triagem neonatal para cardiopatia congênita crítica (teste do coraçãozinho) e o teste do pezinho ampliado, que visa detectar algumas doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, são as avaliações cobertas pela maioria dos planos de saúde.

  1. O que fazer caso essas avaliações apontem alguma disfunção no bebê?

Antes de tudo é preciso lembrar que todos esses testes são de triagem neonatal e não de diagnóstico. Assim, caso algum deles venha a ser positivo, o resultado deve ser confirmado. E caso seja negativo, também não afasta a necessidade de acompanhamento médico e de complementação diagnóstica para outras patologias; ou mesmo, a repetição de exames, já que muitas doenças precisam de tempo para manifestar-se.

  1. A complementação diagnóstica inclui quais exames?

Existem outras avaliações complementares para o teste do pezinho ampliado, que é uma avaliação rápida e capaz de detectar precocemente algumas doenças raras, assintomáticas e com potencial de gravidade para a saúde do recém-nascido. Essas avaliações ainda não possuem cobertura dos planos de saúde. Aqui na Maternidade Santamaria disponibilizamos as requisições médicas e também orientamos aos familiares que conversem com seus pediatras sobre tais avaliações.

  1. Existem riscos em adiar a triagem neonatal?

Sim. Quanto mais cedo detectarmos eventuais riscos para o bebê, mais cedo confirmaremos o diagnóstico ou o afastaremos. Desse modo, caso seja confirmada alguma patologia poderemos iniciar a orientação e abordagem terapêutica em tempo.

  1. A Maternidade Santamaria realiza todos esses procedimentos? Como é possível solicitá-los?

Sim. Todo o processo de triagem do recém-nascido faz parte da rotina assistencial da Instituição, assim, os pacientes já saem da unidade com os testes realizados. Apenas alguns exames dependem da autorização do plano de saúde para serem feitos. No caso daqueles não autorizados pelo plano, a família receberá o pedido médico no momento da alta hospitalar.