CIHDOTT-HP busca fomentar ato de generosidade que pode transformar vidas
Com a maioria das equipes de saúde direcionadas ao combate à pandemia de Covid-19, as captações de órgãos no Brasil enfrentaram meses de suspensão, ao longo do último ano. Como consequência houve uma redução significativa do número mensal de transplantes constatada pelo Registro Brasileiro de Transplantes (RTB). Ao mesmo tempo, pacientes continuaram a demandar pelo procedimento, motivando o aumento da lista de espera por um órgão.
Hoje, mais de 45 mil pessoas vivem essa realidade no Brasil, sendo mais de 2,2 mil, na Bahia. São mais de 930 pacientes que aguardam por uma córnea e mais de 1.280 pessoas à espera por um rim, há quase dois anos. “Chegamos ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, 27/09, com desafios ainda maiores. Agora, com a pandemia mais controlada, é tempo de recomeçar. O fomento à doação volta a ser intensificado com o apoio dos profissionais da saúde”, destaca a coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do Hospital Português (CIHDOTT-HP), Dra. Raquel Hermes.
Em agosto, a médica esteve no VII encontro com as organizações de procura de órgãos (OPO) e CIHDOTT Bahia, que enfocou o tema tempo de recomeçar. Dra. Raquel observa que, após as mudanças na rotina de trabalho provocadas pela pandemia, a CIHDOTT-HP precisou incluir novos membros buscando intensificar a retomada das atividades de educação continuada. “Essa reestruturação visa tornar o Hospital Português um ambiente propício à doação de órgãos. Como a Instituição não recebe muitos casos de traumas, o maior potencial é para doação de córneas. Em agosto, tivemos uma família que, através da generosidade de um ‘sim’, ajudou duas pessoas a voltarem a enxergar”, destaca a médica.
Para avançar na missão de conscientizar mais pessoas sobre o assunto, o trabalho da CIHDOTT-HP envolve a divulgação e o esclarecimento de informações fundamentais, quase sempre relacionadas aos seguintes dados:
Só a família pode autorizar a doação de órgão ou tecido após a morte de um indivíduo. Consequentemente, quem deseja ajudar outras pessoas mesmo após a morte, precisa avisar aos familiares. Eis a origem da campanha estadual deste ano: “Não basta querer, tem de falar”.
O Brasil possui um sistema de transplantes sério, robusto e público. Porém, ainda é elevada a taxa de recusa de familiares à doação de órgãos, principalmente na Bahia, com um patamar próximo aos 60%.
As informações sobre o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), sua legislação e literatura estão disponíveis gratuitamente em sítios eletrônicos pertinentes. Qualquer indivíduo pode consultar livremente.
Ao se falar em doação, muitas pessoas automaticamente se preocupam com o diagnóstico de morte encefálica (ME) e expressam desconfiança. Os critérios para diagnóstico de ME no Brasil são dos mais rígidos do mundo, necessitando de dois exames por médicos diferentes e um exame complementar. É importante lembrar ainda que a cirurgia de transplante é uma das mais complexas da Medicina envolvendo equipes treinadas, cadastradas ao SNT e vários exames de compatibilidade entre o doador e o receptor.
Não existe apenas doação de múltiplos órgãos. Na Bahia, é possível doar córneas até 6h após o falecimento. Existe uma equipe capacitada para captação, que mantém a face do doador composta e esteticamente perfeita. O acolhimento familiar, a entrevista para doação e o contato com a equipe é realizada pela CIHDOTT.
Doar é um ato voluntário de amor para ajudar um desconhecido. Nenhuma religião reprime a doação de órgãos, porque doar é o ato maior de demonstração de amor.
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