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Cerâmica Faiança no Marco do Descobrimento — Hospital Português da Bahia

15 de fevereiro de 2004

Cerâmica Faiança no Marco do Descobrimento

15 February 2004

Cerâmica Faiança no Marco do DescobrimentoO artesão Eduardo Gomes, da Cerâmica Faiança, durante três meses trabalhou na execução de um novo painel de 11 metros quadrados, réplica do original degradado pela ação do tempo e de vândalos.

Utilizando uma técnica moderna, o artesão fez uma ampliação do desenho com base numa foto da época da instalação do painel original, em 1949, quando foi comemorado o quarto centenário de Salvador. Feito em Lisboa, o painel original é assinado pelo artista Joaquim Rebucho, e retrata o importante momento da história da cidade.

Após o desenho, foi feita a pintura – toda em azul colonial – e, posteriormente, a esmaltação. O conjunto de azulejos de 4,20 m de comprimento por 1,97 m de altura recebeu tratamento especial para resistir ao tempo e ao salitre. Além de ser prensado a cerca de 700 toneladas com argamassa especial, o azulejo foi feito a uma altíssima temperatura – técnica que proporciona ao material maior resistência – e produtos que, além de resistência, dão à peça a aparência de antiguidade.

Antes deste trabalho, o painel já havia passado por três restaurações que lhe renderam uma mistura de azulejos da Bahia, Lisboa e Holanda, estava com peças faltando, muito deteriorado e sem condições para um novo restauro.

O artesão Eduardo Gomes acumula uma experiência de 60 anos em cerâmica faiança, uma arte milenar levada pelos portugueses de Macau para a Europa. Natural de Aveiro, cidade litorânea de Portugal onde estão localizadas as melhores fábricas de cerâmica faiança do país e até mesmo do mundo, ele desenvolve a sua arte com a esposa, Branca Pereira da Silva, na Quinta Portuguesa, local onde passam para aprendizes os ensinamentos sobre a Faiança Portuguesa. Entre as suas especialidades está o trabalho desenvolvido no painel: a réplica de cenas históricas.