Qual o papel da UCO e como ela vem realizando suas funções ao longo desses quinze anos?
É uma Unidade de assistência a pacientes com síndromes coronarianas agudas, que têm arritmias cardíacas e precisam de vigilância ou da intervenção de médicos especializados, sejam cardiologistas – intervencionistas ou cirurgiões cardíacos. Acreditamos que a UCO vem exercendo seu papel de maneira muito boa, comprometida com o atendimento à população de baixa renda, já que 20% dos nossos atendimentos são feitos através do SUS. A reputação da nossa Unidade na comunidade médica baiana e brasileira é das mais altas.
Quais mudanças mais chamaram sua atenção desde 1992 até os dias atuais?
A evolução e melhoria dos medicamentos produzidos pela indústria farmacêutica e a conseqüente mudança do perfil clínico dos pacientes. Há quinze anos, tínhamos menos medicações disponíveis e elas não eram tão eficazes. Hoje, existem drogas que previnem e inibem os efeitos danosos do infarto. Com o advento das medicações anti-trombóticas, o quadro clínico mudou. Existe ainda a diferença de idade. Se há dez anos, os infartos, além de mais graves, acometiam pacientes na sexta década da vida, hoje as pessoas estão vivendo mais, e a maioria dos infartados tem 70, 80 anos. Isso é conseqüência direta da utilização de remédios que previnem os eventos coronarianos.
Como a UCO lida com a educação médica continuada?
Na visita diária aos pacientes, pela manhã, fazemos uma reunião para discutir o que faremos, com base nas diretrizes e evidências científicas. Todo o dia discutimos sobre como tratar as enfermidades e essa revisão diária das diretrizes já é uma forma de educação médica continuada. Ademais, fazemos reuniões científicas semanais, onde debatemos casos clínicos e revisamos a literatura. Além do mais, há um estímulo constante para que todos participem dos congressos médicos, nacionais ou internacionais.
Quais os planos da UCO para o futuro?
Queremos aumentar as pesquisas médicas. Atrair ainda mais interessados em criar o conhecimento, para estimular o crescimento da medicina como um todo. Com a ampliação do Hospital, pretendemos também ampliar a UCO em cinco leitos, mantendo sempre o padrão de qualidade do Hospital Português.
