Notícias Fique por dentro das novidades

Transplante de fígado – o procedimento passo a passo — Hospital Português da Bahia

3 de agosto de 2007

Transplante de fígado – o procedimento passo a passo

03 August 2007

Na região Nordeste, o Hospital Português foi um dos pioneiros na realização do transplante de fígado, sem bomba de circulação extra-corpórea (coração artificial). A técnica utilizada preserva a veia cava do receptor, não havendo necessidade de desvio extra-corpóreo do sangue (Técnica de Pyggiback). A Instituição foi também pioneira no uso de imunossupressores de última geração, particularmente utilizando a técnica de retirada progressiva de determinados imunossupressores. Com esta técnica, ao longo do tempo, o indivíduo passa a usar a chamada monoterapia, ou seja, toma apenas um único remédio para combater a rejeição.

O transplante de fígado consiste na retirada do órgão doente do receptor, com preservação da veia cava retro-hepática, e sua substituição pelo órgão sadio do doador (cadáver ou doador vivo). A reconstrução anatômica é feita com anastomose da veia cava; veia porta; artéria hepática e ducto biliar doador / receptor. Trata-se de um procedimento invasivo, de alta complexidade e multidisciplinar, com duração média de quatro a seis horas. Normalmente, há a necessidade do uso de transfusões sanguíneas e de hemoderivados. Todavia, já foram realizados diversos transplantes sem a necessidade deste recurso. O acompanhamento pós-operatório também é de alta complexidade e multidisciplinar.

No caso do transplante de fígado intervivos, parte do fígado do doador é removida e implantada no receptor. A doação geralmente é feita de um adulto para uma criança. A reconstrução anatômica é feita de maneira relativamente similar à descrita anteriormente, mas essa modalidade de transplante não é realizada em nosso estado.

O transplante é uma atividade terapêutica multidisciplinar. Todos os especialistas envolvidos têm importância fundamental: anestesistas, clínicos, cirurgiões, enfermeiras, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e bioquímicos têm atuação dinâmica e presente. Sem a atuação conjunta destes profissionais, dificilmente o transplante será bem -sucedido. “Nossa equipe está completamente montada; a estrutura do Hospital está adequadamente preparada para este procedimento. Recentemente, tivemos três transplantes no período de uma semana, um recorde. Tudo correu muito bem”, conta o Dr. Jorge Bastos.
 
O paciente entra na lista de transplante, quando possui insuficiência hepática comprovada, através de diagnóstico clínico e laboratorial. Anteriormente, o critério para a distribuição do órgão era cronológico, levando-se em consideração o tempo em lista de espera. Recebia o órgão primeiro quem tivesse mais tempo em lista. Atualmente, a distribuição do órgão baseia-se no critério de gravidade, utilizando-se o sistema MELD ( Model of End Stage of Liver Disease ), que entrou em vigor no Brasil em 2005. Cada receptor obtém um escore, que representa um nível de gravidade e, quanto maior o escore, maior a gravidade. Os pacientes mais graves recebem o órgão primeiro. Pacientes com situações especiais, como o Carcinoma Hepatocelular, recebem pontos adicionais para o cálculo do escore. Em termos de compatibilidade, para o transplante de fígado, utiliza-se apenas a aferição do grupo sanguíneo e o fator Rh.

Embora o Sistema MELD privilegie os pacientes com situações clínicas mais graves, ele cria um problema. Os pacientes indicados para o transplante estão normalmente muito debilitados, o que aumenta a taxa de complicações e insucessos no pós-operatório. Eventualmente, a situação de determinados
pacientes é tão precária que os mesmos têm que ser retirados de lista.

Depois do período crítico de aproximadamente três meses após o transplante, o transplantado pode levar uma vida normal.“Não existe necessidade de isolamento, nem restrições alimentares ou de esforço. O transplantado pode inclusive desenvolver atividades laborais”, explica a hepatologista Andréa Cavalcanti. As proibições se limitam ao uso de suplementos ou medicamentos que possam interagir com o remédio contra rejeição (imunossupressor), ou agentes que possam lesar diretamente o fígado transplantado, como as bebidas alcoólicas.

Hospital Português
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.