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Higiene bucal — Hospital Português da Bahia

6 de agosto de 2010

Higiene bucal

06 August 2010

Higiene bucalUm sorriso bonito está diretamente relacionado ao cuidado que se tem com a saúde dos dentes e gengivas. Dentes saudáveis são importantes não só para a aparência, mas também para a fala, a mastigação e a saúde de um modo geral. A higiene bucal é a principal maneira de manter a saúde da boca, e a falta de atenção a ela é a causa dos problemas bucais mais frequentes.

Problema comum, principalmente nas crianças, a cárie é causada pelas bactérias presentes na boca, que formam sobre a superfície dos dentes uma película fina e pegajosa chamada de placa bacteriana. Elas agem fermentando resíduos de alimentos, principalmente carboidratos, e desse processo resultam ácidos capazes de atacar os dentes, provocando sua desmineralização. Por essa razão, o consumo de doces está associado ao surgimento das cáries, já que o açúcar é o “alimento” preferido das bactérias que vivem na boca.

O ataque inicial ao esmalte acontece sob a superfície do dente, que vai sendo desgastado lentamente e começa a se desintegrar. Quando uma parte significativa do esmalte já foi corroída, a superfície cede, abrindo um “buraco” no dente. Só quando atinge o estágio avançado é que a cárie torna-se visível e provoca sintomas, como a dor de dente. Antes disso, não há nenhuma indicação do problema e apenas o dentista é capaz de fazer o diagnóstico precoce. Sem tratamento, a cárie pode chegar a atingir o nervo, estágio em que a solução mais comum é a extração do dente.
 
Outro problema frequente que decorre da má higiene bucal é a doença gengival, que possui duas fases: a gengivite e a periodontite. A gengivite é uma inflamação que pode ocorrer sem sintomas, mas, na maioria das vezes, deixa as gengivas vermelhas, inchadas e sensíveis, com a ocorrência de pequenos sangramentos durante a escovação. É provocada pelo acúmulo da placa bacteriana, principalmente quando este se dá na região entre os dentes e a gengiva. Quando a placa não é removida com a escovação e o uso de fio dental, ela cristaliza-se, e então toxinas resultantes da atividade dos mais de 400 tipos bactérias e outros microorganismos presentes nela irritam a gengiva, iniciando o processo. A gengivite é reversível e o tratamento consiste na remoção, feita pelo dentista, da placa solidificada e na manutenção de uma higiene bucal adequada.

Se não for tratada, a gengivite pode evoluir para um quadro de periodontite, fase em que a doença gengival não pode mais ser revertida. Nesse estágio, a inflamação se agrava a ponto de formarem-se “bolsas” ao redor da gengiva, separando-a dos dentes. Essa bolsa avança para baixo, em direção à zona onde se acumulam os resíduos alimentares e a placa bacteriana. Enquanto isso, o sistema imunológico tenta combater a infecção, mas as enzimas que atuam nesse processo, juntamente com as toxinas das bactérias, acabam atacando a gengiva, o osso e o tecido conectivo, responsável por manter os dentes no lugar. Com a estrutura de suporte destruída, os dentes “amolecem” e tornam-se móveis, sendo necessária a extração deles.

A higiene bucal é maneira mais eficaz, e também a mais simples, de prevenir esses e outros problemas. Os dentes devem ser escovados após cada refeição, um a um, nas partes interna, externa e de mastigação, sempre com movimentos curtos de trás para frente. A língua também deve ser escovada, para remover bactérias e purificar o hálito. Caso não seja possível escovar os dentes após cada refeição ao longo do dia, à noite deve ser feita uma escovação demorada e cuidadosa. O uso do fio dental pelo menos uma vez por dia é importante para remover a placa bacteriana. Recomenda-se usar aproximadamente 40 cm de fio, deixando um pedaço livre entre os dedos, passar o fio seguindo a curva entre os dentes e limpar além da linha da gengiva, mas sem forçar. Também é recomendado o uso de antissépticos bucais após a escova e o fio, para remover resíduos de alimentos.