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Carnaval sem ruído e sem surdez — Hospital Português da Bahia

3 de janeiro de 2018

Carnaval sem ruído e sem surdez

03 January 2018

carnaval sem ruido Considerada uma das cidades mais musicais do Brasil, Salvador tem nos seus ritmos e misturas culturais um motivo de regozijo que, todos os anos, atrai milhares de turistas e visitantes recorrentes à boa terra. Afinal, até Caymmi já orientou aos desavisados para irem à Bahia. No entanto, há outro título que nossa cidade detém, mas que não gera tanta alegria assim. Estudos realizados aqui desde 2009 atestam nossa soteropólis como a capital brasileira da poluição sonora. E isso se deve não somente aos trios elétricos, que, durante o Carnaval, a fazem tremer, mas, também, aos sons automotivos, carros de som com propagandas, bem como bares e festas em diversos bairros. Para o clima festeiro, isso pode até ser bom, mas, para a audição humana, a conversa é outra.

Podendo gerar perda auditiva definitiva, a exposição constante a altos níveis de ruído é uma das principais causas de surdez. Em Salvador, por conta da rotina de festas, esse risco torna-se ainda maior. A médica otologista e coordenadora do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Português, Dra. Loren de Britto Nunes, alerta acerca dos perigos atrelados aos níveis de ruído. “O uso de carros de som em Salvador é muito frequente, assim como festas com trios elétricos. Tanto um quanto o outro geram sons que chegam a 130 dB, e as pessoas que se expõem a esses ambientes têm um risco iminente de desenvolver surdez, zumbidos e tonturas”, explica.

Para se ter uma ideia do impacto que tal nível de exposição gera na audição, Dr. Miguel Leal Andrade Neto, também coordenador do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Português, explica que em “até 80 dB não temos prejuízo na nossa audição. Mas, a partir de 85 dB, devemos limitar a exposição ao ruído, sob pena de termos danos irreversíveis. Nesse caso o tempo máximo de exposição seria de 8h. Caso a intensidade sonora se eleve a 90 dB, a exposição deve cair para a metade (4 horas). Para 95 dB, seriam 2 horas e, assim, sucessivamente”, esclarece o médico.

Com tais números em mente, é possível ter a dimensão do impacto que os 130 dB ou mais oriundos dos trios elétricos e dos sons automotivos podem causar na audição humana. Segundo a Dra. Loren, a prevenção é o modo mais seguro de agir. “É importante que as pessoas tenham a consciência do risco ao se exporem a sons altos, devendo evitar ao máximo o uso frequente de fones de ouvido, não ficar próximo de trios elétricos ou caixas acústicas e utilizar protetores auriculares em locais barulhentos”, alerta a médica.

Dr. Miguel é ainda mais enfático acerca dessa necessária distância que se deve manter das caixas do som dos trios. “Quanto mais longe, melhor! Sabemos que existe uma lei municipal que limita os níveis sonoros no Carnaval, tanto para os trios elétricos quanto para os shows nos palcos e camarotes. Para os trios, por exemplo, o limite é de 110 dB, sendo que a aferição é feita a 5 metros de distância. Sendo assim, exposto a esse nível de ruído, o folião não deveria permanecer por mais de 15 minutos. E, se considerarmos que muitos não obedecem à legislação, o problema se torna ainda mais preocupante”, pontua o médico.

Dra. Loren alerta, também, para as consequências atreladas à perda da audição, que, em caso de omissão na busca por tratamento, podem ser severas. “Pessoas que apresentam ou desenvolvem algum grau de perda auditiva e que não buscam tratamento, tendem a se isolar socialmente, com maior risco de depressão. Algumas doenças degenerativas como Demência e Alzheimer tem uma maior incidência em indivíduos com perda auditiva não tratada, inclusive”, esclarece.

Com tais alertas, é válido lembrar que muitos outros carnavais virão no futuro. Então, para se manter atento aos ritmos que os próximos verões vão trazer, cuide bem de seus ouvidos. Carnaval passa, a rotina volta, e sua audição também precisa ficar.

Considerada uma das cidades mais musicais do Brasil, Salvador tem nos seus ritmos e misturas culturais um motivo de regozijo que, todos os anos, atrai milhares de turistas e visitantes recorrentes à boa terra. Afinal, até Caymmi já orientou aos desavisados para irem à Bahia. No entanto, há outro título que nossa cidade detém, mas que não gera tanta alegria assim. Estudos realizados aqui desde 2009 atestam nossa soteropólis como a capital brasileira da poluição sonora. E isso se deve não somente aos trios elétricos, que, durante o Carnaval, a fazem tremer, mas, também, aos sons automotivos, carros de som com propagandas, bem como bares e festas em diversos bairros. Para o clima festeiro, isso pode até ser bom, mas, para a audição humana, a conversa é outra.

Podendo gerar perda auditiva definitiva, a exposição constante a altos níveis de ruído é uma das principais causas de surdez. Em Salvador, por conta da rotina de festas, esse risco torna-se ainda maior. A médica otologista e coordenadora do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Português, Dra. Loren de Britto Nunes, alerta acerca dos perigos atrelados aos níveis de ruído. “O uso de carros de som em Salvador é muito frequente, assim como festas com trios elétricos. Tanto um quanto o outro geram sons que chegam a 130 dB, e as pessoas que se expõem a esses ambientes têm um risco iminente de desenvolver surdez, zumbidos e tonturas”, explica.

Para se ter uma ideia do impacto que tal nível de exposição gera na audição, Dr. Miguel Leal Andrade Neto, também coordenador do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Português, explica que em “até 80 dB não temos prejuízo na nossa audição. Mas, a partir de 85 dB, devemos limitar a exposição ao ruído, sob pena de termos danos irreversíveis. Nesse caso o tempo máximo de exposição seria de 8h. Caso a intensidade sonora se eleve a 90 dB, a exposição deve cair para a metade (4 horas). Para 95 dB, seriam 2 horas e, assim, sucessivamente”, esclarece o médico.

Com tais números em mente, é possível ter a dimensão do impacto que os 130 dB ou mais oriundos dos trios elétricos e dos sons automotivos podem causar na audição humana. Segundo a Dra. Loren, a prevenção é o modo mais seguro de agir. “É importante que as pessoas tenham a consciência do risco ao se exporem a sons altos, devendo evitar ao máximo o uso frequente de fones de ouvido, não ficar próximo de trios elétricos ou caixas acústicas e utilizar protetores auriculares em locais barulhentos”, alerta a médica.

Dr. Miguel é ainda mais enfático acerca dessa necessária distância que se deve manter das caixas do som dos trios. “Quanto mais longe, melhor! Sabemos que existe uma lei municipal que limita os níveis sonoros no Carnaval, tanto para os trios elétricos quanto para os shows nos palcos e camarotes. Para os trios, por exemplo, o limite é de 110 dB, sendo que a aferição é feita a 5 metros de distância. Sendo assim, exposto a esse nível de ruído, o folião não deveria permanecer por mais de 15 minutos. E, se considerarmos que muitos não obedecem à legislação, o problema se torna ainda mais preocupante”, pontua o médico.

Dra. Loren alerta, também, para as consequências atreladas à perda da audição, que, em caso de omissão na busca por tratamento, podem ser severas. “Pessoas que apresentam ou desenvolvem algum grau de perda auditiva e que não buscam tratamento, tendem a se isolar socialmente, com maior risco de depressão. Algumas doenças degenerativas como Demência e Alzheimer tem uma maior incidência em indivíduos com perda auditiva não tratada, inclusive”, esclarece.

Com tais alertas, é válido lembrar que muitos outros carnavais virão no futuro. Então, para se manter atento aos ritmos que os próximos verões vão trazer, cuide bem de seus ouvidos. Carnaval passa, a rotina volta, e sua audição também precisa ficar.