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Técnica avançada por cateterismo amplia perspectivas de reabilitação plena do paciente

9 de dezembro de 2019

No tratamento do acidente vascular cerebral (AVC), dois fatores são fundamentais para reduzir o risco de déficit neurológico do paciente e, consequentemente, ampliar as chances de reabilitação plena: receber suporte hospitalar logo nas primeiras horas do início dos sintomas e, sobretudo, ser acolhido em um ambiente de cuidado preparado para prestar atendimento multidisciplinar específico, voltado ao diagnóstico e tratamento precoces. Esses diferenciais, consolidados na prática assistencial do Hospital Português (HP) ao longo das duas últimas décadas, fazem a Instituição ser referência no aprimoramento contínuo do suporte ao paciente, em casos de AVC agudo hemorrágico (por rompimento de um vaso sanguíneo cerebral) ou isquêmico (por obstrução de uma artéria do cérebro).

Em se tratando do AVC isquêmico, além de oferecer tratamento convencional (medicamentoso) para o problema, o HP possui histórico de pioneirismo, na Bahia, no uso bem-sucedido de método terapêutico revolucionário, por via endovascular: a trombectomia mecânica, técnica de desobstrução de artéria cerebral por cateterismo. Este método tem ampliado significativamente as perspectivas de reabilitação plena dos pacientes, por alcançar sucesso (na recuperação do fluxo sanguíneo, na artéria cerebral obstruída) em cerca de 80% dos casos.

Avanços na terapia do AVC

Especialista do Serviço de Neurorradiologia Intervencionista do HP, Dr. Eduardo Mello explica que o tratamento endovascular do AVC agudo é um procedimento vídeo-assistido avançado, em que um cateter é introduzido até a artéria cerebral obstruída, juntamente com um acessório (stent retriever) que auxilia a remoção do trombo. “Até há pouco menos de uma década, a principal forma de lidar com a enfermidade era o tratamento medicamentoso, com resultados inferiores nas desobstruções de artérias cerebrais de maior calibre. Nesses casos, não havia recursos adequados para tratar o problema. No cenário atual, temos equipamentos de última geração disponíveis, que proporcionam taxa de cerca de 80% de reperfusão (retorno sanguíneo) na artéria ocluída, com ganhos importantes para a evolução clínica do paciente e sua qualidade de vida. Quando o cateterismo é realizado logo após os primeiros sintomas, pode evitar e/ou reverter sequelas neurológicas, em alguns casos, completamente. Essa é a realidade presente, não mais um futuro promissor”, reitera o especialista.

Indicação das estratégias terapêuticas

O grande avanço alcançado no tratamento endovascular do AVC isquêmico agudo não exclui a terapia convencional medicamentosa (com uso de trombolítico venoso), ao contrário: ambas as estratégias terapêuticas estão indicadas para casos específicos. Assim, o tratamento pode envolver o uso de medicação (trombolítico) para desobstruir a artéria, como também, procedimento hemodinâmico (cateterismo). “Evidências científicas apontam resultados superiores da técnica por cateterismo, nos casos de oclusão de artérias maiores; já o uso de medicação se mostra mais eficaz em trombos menores (de calibre mais fino), podendo, inclusive, afastar a necessidade de intervenção endovascular. A indicação correta do tratamento é o fator decisivo para os melhores resultados”, informa o especialista.

Sintomas e diagnóstico do AVC

Diante da disponibilidade de técnicas novas e mais eficazes para tratar o AVC, um dos principais desafios da atualidade, na avaliação de Dr. Eduardo, é orientar a população para reconhecer os sintomas da doença e procurar, imediatamente, o serviço de emergência mais próximo, preparado para atender de forma adequada a patologia. Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são: fraqueza ou alterações de sensibilidade (dormência ou formigamento) em um lado do corpo; confusão mental; alteração da fala ou compreensão; tontura ou alterações na visão, no equilíbrio, na coordenação para caminhar; dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente.

Em situações como essas, o paciente com AVC agudo encontra alto padrão de acolhimento no HP – Instituição que alia amplo know-how de times assistenciais preparados para o uso de protocolos clínicos gerenciados, em permanente acompanhamento e revisão. A infraestrutura hospitalar completa abrange, ainda, exames de imagem com alta resolução (tomografia de crânio, angiotomografia, ressonância magnética e angiorressonância), além de avaliações complementares essenciais para apoiar a conduta terapêutica, de forma precisa e segura. “Hoje o AVC é um problema de saúde pública. A cada três pacientes com a enfermidade, um apresenta o tipo hemorrágico e dois, o tipo isquêmico. O cuidado multidisciplinar prestado logo nas primeiras horas dos sintomas atende às diretrizes brasileiras para terapia do AVC, sendo o fator mais impactante no tratamento. Esse diferencial é um balizador da qualidade e segurança no cuidado individualizado do paciente”, finaliza o especialista.